terça-feira, 5 de julho de 2011

Ministério que come a Educação.







O tocha humana do quarteto fantástico, no filme O quarteto fantástico e o surfista prateado, quando percebe que a Terra pode ser destruída por uma força intergaláctica, se pergunta:
- Como lutar com uma coisa que come planetas?
Depois de ver o resultado do exame da OAB no Jornal da Globo apresentado na madrugada dessa terça (05/07) para quarta (06/07), eu me perguntei:
- Como lutar com um Ministério (MEC) que come a Educação?
O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, cobrou que o MEC acompanhe mais de perto os índices de aprovação em “exames de proficiência” das faculdades que não tiveram seus alunos aprovados na prova da Ordem dos Advogados. Entretanto, o momento que mais me chamou a atenção na reportagem, foi quando o repórter que estava apresentando a matéria, Vladimir Netto, disse que o MEC afirmou que essa prova da OAB não mede a qualidade dos cursos de Direito.
O que isso significa então?
Eu espero que o MEC não tenha dito que o exame de competência da OAB não mede a qualidade dos curso de Direito, para que o rigor desse exame seja diminuído.
De acordo com Ophir Cavalcante, está havendo um estelionato da educação, e ele cobra o controle do MEC na aprovação de novos cursos com a seguinte frase: “Nós não podemos continuar criando cursos de Direito a cada esquina nesse país”.
Essa questão foi levantada no curso de Direito por causa do resultado da prova da Ordem dos Advogados, contudo, isso é uma realidade em quase todos os cursos superiores nesse país. Antes, havia cursos superiores e técnicos, hoje existem os conhecidos como tecnólogos, cursos que teriam o valor de superior, mas com menor duração. Tudo isso é fruto do mau monitoramento do MEC no ensino básico. O que o MEC hoje faz, é como jogar a sujeira pra debaixo do tapete. Se o aluno do ensino básico terminasse o segundo grau e não conseguisse entrar em uma faculdade, a educação com a enorme deficiência mascarada de boa qualidade mantida pelo Ministério da Educação, seria obvia. E, para isso não acontecer, o MEC é obrigado a aprovar cursos em “Faculdades de esquina” para que todos tenham acesso ao nível superior.
É como uma colega minha de trabalho falou: “O sistema é foda!”
Ela tem razão, mas nós, professores, estamos aqui batendo de frente com esse sistema. Ele é forte, mas nós somos fantásticos.

domingo, 3 de julho de 2011

S.O.S Educação




Em todas as escolas, um pouco antes das férias começarem, é comum professores se reunirem para fazer um balanço dos resultados obtidos com todas as atividades, trabalhos produzidos nas últimas unidades. O que assusta a muitos educadores é a “necessidade” de, cada vez mais, diminuir o nível de dificuldade nas questões de provas.
É indiscutível o fato de que, somente com a prova, não é possível avaliar o conhecimento de um aluno. E é por isso que os professores estão desenvolvendo meios de fazer uma boa avaliação do estudante. Porém, a prova também faz parte no processo de educação. Uma coisa é procurar formular cada questão, o mais claro possível. Outra coisa é diminuir, a cada ano que passa, o nível de dificuldade das questões das provas, fingindo que a prova está mais clara para o aluno entender.
Uma vez, um professor de uma escola X, disse que teria vergonha de comparar a prova que teve que elaborar especialmente para uma determinada turma, com uma prova de outro professor da mesma matéria e de outra escola. Esse professor, teve que elaborar uma prova com perguntas muito fáceis, óbvias porque senão, a média da turma não passaria de quatro. O que incomoda muito nisso tudo é que, se ele aumentasse o nível de dificuldade e a média da turma fosse baixa, ele seria apontado como o principal ou talvez o único responsável pelo fracasso. Agora, a moda é dizer que o professor está perseguindo ou constrangendo o aluno. Mas, o que pessoas que gostam de dizer essas coisas não sabem, é que o próprio sistema de edudação (que por sinal está entrando em falência no Brasil) estimula a despreocupação do aluno em assistir às aulas, buscar o conhecimento e etc.
Prova de recuperação ainda vai. Mas, reré, prova final, prova anual de recuperação, progressão e outras coisas mais, são ferramentas para que o aluno seja aprovado de qualquer jeito, chegue ao terceiro ano do ensino médio ”empurrando com a barriga” e termine o segundo grau mal sabendo as quatro operações básicas da matemática e sem saber ler e interpretar um simples texto.
A prova do vestibular seriado da UPE não vai ter mais aquelas questões de V ou F. Até agora, não vi motivos relevantes para retirar esse tipo de questão da prova. Será que esse tipo de questão é complicado demais para o estudante dos dias atuais? Ou será que é um daqueles tipos de questões que fazem o aluno passar por constrangimento?
Nós, professores, estamos sendo impedidos de realizar a nossa função que não é fazer o aluno passar de ano, mas sim, ensinar os conteúdos de cada matéria, forçá-los a pensar, dando suporte para que eles conquistem suas notas que lhes trarão a aprovação nas escolas, concursos e na vida.
Constrangidos ficaremos nós, professores, quando formos obrigados a colocar questões desse tipo:

1. Quem descobriu o Brasi foi Pedro Álvares Ca...... .
a. bral
b. brel
c. bril
d. brol
e. brul

Espero que todas as pessoas sérias do Brasil não esperem o nível da educação do nosso país chegar ao nível vergonhoso ao qual está se encaminhando.