sexta-feira, 25 de maio de 2018

Minoria maioria: a estratégia discursiva de Temer.



O Brasil está passando por um momento histórico. Os caminhoneiros, responsáveis pelo transporte da maioria das mercadorias do país, decidiram parar as atividades em um ato de protesto contra o valor do diesel. Isso acabou colocando o governo federal contra a parede. O governo diz que fechou um acordo com as lideranças nacionais representativas dos caminhoneiros, atendendo a 12 reivindicações prioritárias que estavam sendo feitas por parte dos trabalhadores. Ainda segundo o governo, depois de fechar o tal acordo, uma minoria extremista de manifestantes não vem cumprindo a sua parte e, com isso, vem causando danos ao povo brasileiro por falta de abastecimento.
Contrariamente ao que foi falado pelo presidente Michel Temer, os caminhoneiros afirmam que não houve acordo nenhum e que não é verdade que apenas uma minoria extremista continua com os protestos pelo país. Eles garantem que o movimento continua com toda a força e com o apoio integral de todos que fazem parte da categoria.
Diante disso, povo começa a desconfiar do governo, e isso não é por acaso. Muitos já entenderam que o presidente sempre chama de minoria aqueles que não aprovam suas medidas e sempre diz que a maioria as aprova (que não bate com o que se vê por aí). Temos como exemplo disso, um comercial que passa na TV apresentando o novo ensino médio. No comercial, é dito que a reforma do ensino médio tem a aprovação de 72% dos brasileiros (a tal maioria de Michel Temer). Mas quem são esses 72% dos brasileiros que ninguém vê?
É por essa razão que muitos não caem mais nessa estratégia que o atual presidente adotou para tentar enfraquecer aqueles que são contrários ao seu governo. Não adianta divulgar dados falsos, notícias falsas. O povo está nas ruas e está vendo que não é apenas uma minoria dos caminhoneiros que continuam com o protesto. Aliás, os caminhoneiros ganharam o apoio de outras categorias como os motoristas de transporte escolar, motoboys e pescadores.
Outra coisa que chama a atenção é o ministro Carlos Marun preocupado com os tributos arrecadados pelos impostos que os caminhoneiros querem deixar de pagar. Bom... Nesse caso voltam àquelas velhas questões da reforma política que nunca é feita, dos altos salários e dos benefícios e regalias que os políticos continuam recebendo até hoje. Para o ministro da secretaria do governo, essas parecem não serem questões de responsabilidade administrativa que precisam ser resolvidas.
Infelizmente vivemos em país onde o povo é explorado, paga altos impostos para cobrir rombos financeiros não causados por ele, e não recebe o respeito, tratamento e dignidade que são lhe são devidos. E ainda somos jogados uns contra os outros com falsas notícias veiculadas por uma mídia corporativista comprada e financiada com o dinheiro público.